segunda-feira, 8 de março de 2010
O crente traficante
Braço esquerdo fechado de tattoo, alargador na orelha, piercing no nariz, cabelo descolado. Bermudao, regata e skate no pé. O crente sentou no banco da praça pra esperar os amigos com uma expressão feliz e eufórica.
Em cinco minutos chega um estranho com aparência de quem precisa de paz. Calça rasgada, sem camisa e com os mesmos utensílios usados pelo crente. Com uma voz rouca se dirigiu a ele:
- Salve, você tem aí ?
- Tem o quê ?
- Qual é.. fala logo.
- Fala o quê?
- Firmeza. Quanto que tá?
O crente se ligou, o Espírito Santo avisou. Nas mesmas gírias mas com uma linguagem pacificadora falou:
- Aí cara. Eu não sou do tipo de traficante que voce tá pensando. Essa alegria e euforia que você vê em mim eu consigo de graça. Fico cada vez mais rico, tenho cada vez mais prazeres e todos os meus sonhos são realizados. Sou “traficante” de Deus. A diferença desse tráfico é que eu recebo de quem me manda fazer. Não há nada mais que me domine nem que me dê alegrias temporárias. Essa alegria que Deus me dá dura vinte e quatro horas.
Os amigos do crente chegaram apertaram a mão do estranho e disseram um “Deus te abençoe”. Se viraram para o crente e falaram:
- E aí, mais um na parada?