Deus que em tudo me vê, não despreze meu clamor, e não me condene quando em meu desespero esquecer de sua grandeza!
Sacode-me óh meu Deus, arranca de mim tudo o que não veio de ti, não seja eu vitima de meu coração perverso e mal, e não seja jamais os meus rastros maiores que o seu, ainda que eu morra e que meu nome seja esquecido no outro dia, é melhor do que meu nome ser guardado na terra e ser desconhecido no céu.
Que eu morra chorando em teus átrios, mas que eu não viva em festa longe de ti.
Que eu perca visão do meu olho de carne, mas que jamais eu perca a visão celestial.
Que eu perca a corrida, mas jamais que eu me perca em teus caminhos!
Que eu seja odiada aqui, mas princesa aos teus olhos.
Que de pés no chão, mas jamais eu calçe os sapatos da soberba.
Permita que a vergonha me visite, mas se a honra me trouxer gloria aqui, aparte-a de mim! E que em mim nada seja aplaudido antes seja eu incomodo na terra dos viventes, e que ao lembrarem de mim, seja teu nome o meu referencial. E que se a vida que me resta ser pouco ou muito, que cada segundo seja o Senhor em mim. Não me dê por mais que eu insista, aquilo que me distanciará de ti, ou se preciso for, tira de mim algo que me afasta de ti. A dor que se porventura eu conhecer, faça me lembrar em meio a ela que o Senhor enxugará do meu rosto toda lágrima.
Ainda que eu clame aos céus, e eu grite por teu nome dizendo: Não Senhor! Todavia Deus meu, faça a tua vontade, pois a tua vontade é soberana a minha, e o teu querer é mais sábio que o meu.
Deus ante a tudo isso eu apenas te peço: Não desista de mim, não afaste de mim o teu olhar, nem esconda de mim o teu rosto, lembra-te do dia em que me criaste, lembra-te das promessas que me fez e do mar e seus vermes que me mostrou, e ainda lembra-te do dia que teu filho me comprou!
Amém!
